sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Eu sei...

"Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar


E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou


Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu por toda minha vida"

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A gente só dá valor a algo ou alguém quando perde. Quisera eu não ser assim, mas sim ser alguém capaz de ver o verdadeiro valor de quem se ama e por quem se é amado.

Infelizmente é tarde demais...

That's all. Sim, tenho poucas palavras por hoje, mas que tem um grande significado.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ele também não quer ficar mudo...

E abaixo vai a resposta do meu PAI. Que chorou e me fez chorar... E dessa vez de alegria e emoção.


Aline,

Você me fez chorar, pode não parecer, mas eu também choro!

Agradeço cada palavra que você escreveu aqui. Confesso que cometi e cometo muitos erros e um dos que mais me doem é ter desfeito nossa família, o que lhe trouxe muita insegurança, incertezas, revolta, sentimento de perda. Hoje eu consigo perceber de forma mais clara o que a família (pai e mãe) representa na vida de uma criança. Infelizmente não amava sua mãe (devo desculpas a ela por tê-la feito sofrer também), mas deste relacionamento que não deveria ter se concretizado (casamento), nasceu você – uma menina linda, maravilhosa e que eu adorava dar banho, fazer dormir, tirar fotos, levar para passear – Paraty, Beto Carreiro, Pq da Monica, cavalgadas (fiquei te devendo algumas e acampar também), etc. Hoje adoro mais ainda!

Além da separação, minha vida profissional teve uma reviravolta e na mesma época subi bastante na empresa. Mas isso significou mais ausência ainda, pouca conversa ou encontro com você. Por um lado, ajudou a melhorar nossa situação financeira e por outro causou mais distância. Hoje vejo que o preço foi bem alto, mais até que o salário que passei a receber.

Você não me deve desculpas, por isso não há porque desculpá-la. Como você disse a gente comete acertos e erros em nossas vidas, ou melhor fazemos escolhas e com base nelas é que teremos aquilo que buscamos ou merecemos.

Tudo isso que fazemos em nossa adolescência e juventude é parte de um processo de aprendizado – uma coisa é os pais falarem a seus filhos o que é bom ou ruim, outra é eles mesmos vivenciarem a situação e aprenderem se foi bom ou ruim. Uma criança só aprende a andar – andando - caindo, levantando, aprendendo. Cabe aos pais apenas orientar, mas a vivência tem da própria pessoa (filhos) tem que ocorrer. Tenho certeza que muita coisa que você já vivenciou até agora e ainda vai vivenciar será parte da construção de sua vida, seus valores.

Eu tento apenas te mostrar algumas possibilidades, aquelas que em minha visão poderão te evitar aborrecimentos futuros (pela minha experiência) ou que poderão te trazer melhores resultados. Tenho a plena noção de que já falhei bastante, mas também sei que tenho virtudes e alguns exemplos que você pode seguir.

Não tenha raiva do seu avô, ele não é má pessoa. É o jeito dele. Cometeu vários deslizes na vida, mas todos nós cometemos. Acho que falta a ele saber ouvir e ter mais sensibilidade. Hoje ele me respeita, porque acho que ele considera que eu soube crescer e ser alguém. Seja pela minha ascensão profissional, seja pela condição financeira, etc.

Sua mãe também é ótima pessoa, tem um gênio forte, mas sempre cumpriu com seu papel de mãe e dona de casa (ela foi educada para isso pelos seus avós João e Mary). Ela só trabalhou e tentou estudar porque eu fiquei no pé dela. Nisso admito, sou um chato. Também peguei no pé dela em relação ao cigarro. Mas o mundo também precisa de caras chatos. Senão vira bagunça, se tudo puder imagina como o mundo ficará. Aliás acho que já está essa bagunça porque os pais de hoje não sabem colocar limites em seus filhos. Se os filhos não respeitam nem os pais, vão respeitar quem?

Estou desempregado, foi uma escolha que fiz. Eu estava trabalhando das 8 às 22h durante a semana e às vezes de final de semana. Mal conseguia tirar alguns dias de férias. Decidi me dar mais tempo e a Laurinha também merecia isso. Quando você era pequena consegui acompanhar seu crescimento porque a empresa ainda era controlado pelo governo. Sei que há um preço a ser pago, minha carreira parou. Não tem mais salário nem benefícios.

Como Laurinha vai fazer 2 anos e em 2008 pude acompanhar essa fase maravilhosa do crescimento (dentinho, andar, sorrir, falar, etc.), vou procurar algo para fazer. Algo que traga alguma renda para nosso futuro. Está bem difícil, mas vou tentar com mais dedicação.

Tenho te aconselhado você em relação à carreira profissional para que tenhas um bom futuro. Farei o que puder para te dar condições para fazer um bom curso universitário, há uma pequena poupança para isso – você sabe. Mas não é muito, por isso conto com seu apoio (trabalho) e dedicação (nos estudos).

Sei que você será uma excelente profissional, você tem bons valores morais, escreve muito bem (valeu o estímulo à leitura, idas ao teatro, viagens), tem repertório, é rápida e decidida. Até entendo seu lado, durona. Hoje em dia no mundo do trabalho é melhor ser durão, pois se for muito bonzinho (meu caso) os outros te passam a perna. Infelizmente não deveria ser assim, mas é.

A Laurinha te adora e eu também, tente ficar mais perto da gente. Será maravilhoso. Sei o quanto é difícil conviver com outras pessoas que foram agregadas pela nova família (tenho muita dificuldade com a Stefanny). Perco meu humor e as vezes até brigo com a Eliane. Acho que estou tendo dificuldade em aceitar que ela também sente que perdeu a dedicação exclusiva que recebia da mãe e que acabou de sair da adolescência.

Vou ficando por aqui, mas gostaria muito de conversar sobre isso com você muito mais vezes. Seja pessoalmente ou por e-mail. Quero que saiba que eu te amo muito e sinto muita falta de você. Por isso trate de reservar mais espaço na agenda para mim e Laurinha, rs.

Um grande beijo e forte abraço de seu pai.

P.S. só li o e-mail hoje. Você escreve muito bem.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Só não quero e não vou ficar muda!

Eu disse que em breve voltaria com novidades, mas voltei para desengasgar algo que há muito tempo está preso em minha garganta. E não vou adicionar aqui qualquer piadinha cretina, não se preocupem. Eu preciso dizer algo que percebi há pouco tempo e até me arrependo de não ter percebido antes. Eu me sinto tão tola e egoísta, mas acho que há tempo para arrependimento e perdão (e eu sei que ele não precisa me perdoar, pois deve compreender, mas EU preciso me perdoar). Antes de começar a escrever o que preciso eu quero postar uma música (muito brega, diga-se de passagem) aqui. E atire a primeira pedra quem nunca se sentiu extremamente vulnerável perante à qualquer música brega desses gêneros duvidosos.

Pai - Fábio Júnior

Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!...

Eu não vou e nem quero precisar perder você para derrubar essa barreira feita de orgulho exacerbado. Eu quero dizer tudo que nunca lhe disse e deixar ciente as frases e verdade entrelinhas que tanto fizeram falta e provavelmente causaram sua dor. Você, MEU PAI, merece saber de toda e qualquer verdade. Chega de esconder, condenar ou ignorar, pois hoje eu percebi que você é parte fundamental na minha vida e deve ser tratado como merece, não com todo o desdém com qual venho lhe tratando nos últimos anos. Então, PAI, perdoe-me.

Devo admitir que não foram anos fáceis. Era difícil lídar com o sentimento de "perda" e eu não acredito que eu estava realmente pronta para isso. Mas aconteceu. E não vou lhe julgar por escolher seu próprio caminho, um caminho que te guiasse a sua tão merecida felicidade. Acho que eu nunca lhe disse isso, mas você é motivo e razão de grande parte da minha admiração e orgulho. Eu admiro como você venceu todas as dificuldades da sua vida, contornando problemas com muito suor e muita luta e vencendo. Você pode ter errado muitas, muitas vezes, mas e daí? Somos humanos e passíveis de falhas.

Por algum tempo eu tentei te odiar. Admito e é ridículo, eu sei. Mas eu queria substituir a dor da saudade e o inevitável sentimento de abandono da filha única e mimada. Mas eu nunca percebi que não era abandono, era apenas mais uma fase de nossas vidas. Mas eu sempre fui tão confusa e um pouco complicada e nunca consegui compreender isso como deveria. Eu queria encarar aqueles momentos com um olhar adulto e maduro, mas esqueci do meu coração de criança e o olhar cheio de brilho e esperança. E foi lutando para te odiar que eu esfriei meu coração em relação à você. Quando dizia sentir saudades muitas vezes eu menti, admito. Obriguei meu coração e a mim mesma te ignorar como se não fizesse parte da minha vida. Bobagem! Pura e descarada bobagem. Eu não posso ignorar parte da minha vida e razão que desencadeou minha existência. Eu simplesmente não posso.

Custou certo tempo até eu perceber que eu estava me fechando em uma concha e te excluíndo da minha vida. Eu passei a ignorar o fato que você era o meu PAI e tentei te enxergar como tudo, menos pai e amigo. Queria que fosse meu motorista particular, meu empréstimo bancário sem juros e cobranças e algo para descontar meus acessos de raiva com a vida. Mas hoje eu percebi claramente que você não era obrigado a ser nada disso, pois afinal... Você é o meu pai. E eu reclamava de você.

Reclamava sua ausência (que eu mesma causei, pois você sempre tentou se aproximar, mas eu me distanciava cada vez mais e mais, colocando os amigos e jogos em primeiro lugar e lhe dando um espaço quando não tinha o que fazer. Sei que percebeu isso e sei que agindo dessa forma eu te magoei, desculpa). Mas como pude ser tão injusta e egoísta? Eu reclamava do pai que sempre me apoiou, que se foi rude foi para o meu bem... Mas eu acho que esqueci de me lembrar que existem pais por aí que abusam das próprias filhas, que machucam, ignoram ou fazem coisas piores. Isso tudo que falei é ser ruim e bem, você não é um pai ruim.

Antes de continuar quero abrir um parênteses. Um: Eu agradeço seus conselhos e cobranças, pois se cheguei aonde estou foi com suas "pressões" de pai chato. Dois: Não encare meus piercings, minhas tatuagens e afins como uma forma de rebeldia ou afronta a você. Cada piercing e cada tatuagem que tenho em meu corpo não é para ninguém, é para mim. Eu tenho por que gosto e me faz sentir bem e em momento algum eu os fiz para me rebelar contra você. Espero que fique claro e mais uma vez peço desculpa se esses meus gostos ou atitudes te desagradam ou magoam, mas de alguma forma isso me faz feliz. Talvez seja efemero ou momentaneo, mas a vida é muito curta e rara para não se aproveitarmos esses momentos e pequenas coisas que nos fazem felizes.

Agora se me permite eu quero continuar. Eu poderia continuar vivendo minha vida e ignorar o fato da destruição que eu estava causando na nossa relação de pai e filha. Mas não posso e não devo me calar perante a isso! Eu não devo me fechar em uma concha e permitir que o orgulho controle minhas palavras e sentimentos, pois isso só irá me tornar menos humana. E seres humanos foram feitos para extravasar e transbordar sentimentos reais e é isso que estou fazendo. Eu simplesmente cansei de fingir que tenho uma vida difícil, um pai carrasco ou mau caráter. Você é o meu pai. Aquele que dormia comigo quando eu era criança, pois eu tinha medo do escuro e não gostava de ficar sozinha. Aquele que me levava ao teatro, ao Parque da Mônica e as melhores viagens que já fiz. E eu posso ter dezenas de bons amigos, mas um pai como você eu só tenho um e chegou a hora de eu valorizar como realmente merece.

Pode parecer bobo, mas sabe o que me fez perceber o meu desperdício? A Laurinha. Ela sempre tão transparente e única me passa mensagens através do olhar e das pequenas e sublimes atitudes sinceras. E um dos olhares despertou a Aline adormecida que havia em mim. Fez com que eu acordasse e percebesse o erro que estava cometendo. Nós temos um pai incrível, um pai humano que erra e acerta como todos. E temos que valorizá-lo como merece. Você por muitas vezes trilhou caminhos difíceis, errados, mas também caminhou na trilha certa e confortável. Você é um vencedor e um homem admirável e com orgulho eu digo que é um espelho para minha vida e minha existência como ser humano.

Eu deveria ter ouvido você quando dizia o que era certo e errado, deveria ter valorizado mais os nossos momentos, pois eles são passageiros e ficam para trás. Sei que não posso recuperar as viagens à Paraty, os passeios no Ibira ou os momentos bobos em que dançava Balão Mágico na sala. Mas eu posso dar razão à novos momentos. Eu posso permitir que eles aconteçam e para isso basta apenas que eu derrube esse meu orgulho e frieza que permiti me rodear. Eu construí diversos muros ao meu redor para não me machucar, mas eu acabei permitindo que isso afetasse as pessoas erradas. Afastei não só a você da minha vida, mas também outras pessoas importantes. Hoje eu me orgulho - e é um orgulho bom - de ter percebido isso a tempo para reverter essa situação deveras desagradável.

Então me perdoe por ter encarado você como motorista, o cara chato que pega no meu pé, o empréstimo ou qualquer outra coisa que não fosse meu pai. Estou arrependida e disposta a derreter o gelo que permiti se instalar em meu coração e trazer você de volta à minha vida. Espero que possa continuar ouvindo bons conselhos, mesmo que discorde de alguns. E espero que você compreenda que foi necessário criar essa barreira para me proteger (por mais que tenha me protegido das pessoas erradas), mas que hoje estou disposta a derrubá-las para poder trazer de volta as pessoas certas.

Eu posso tomar decisões erradas, posso parecer fria e distante, mas agora eu vejo. Vejo claramente que estava no caminho errado dos sentimentos e quero consertar isso tudo. Peço tempo, compreensão e paciência, pois imagino que você saiba que esse meu comportamento não é recente. E não podemos mudar coisa de anos em um único dia. É um processo lento, essa tal de reversão. Mas eu vou conseguir e estou disposta a conseguir.

Antes de encerrar esse desabafo eu vou repetir correndo o risco de ser cansativa e demasiadamente massante. Eu te admiro muito. Cada emprego, cada estudo, cada força de vontade que usou para chegar onde chegou. E admiro pela força que teve de aguentar as pedras que muitas pessoas lhe atacaram (e admito ter sido uma dessas pessoas) e mesmo assim ter continuado de pé. Por muitas vezes eu presumi que você fosse igual ao seu Pai, mas (desculpe-me pelas palavras rudes que usarei agora) você não é desprezível como tal. Você é diferente e não deve ser tratado como tal. Mas agora chega de destilar veneno sobre outros familiares, pois essa sessão cansativa de desabafo foi dedicada somente a você e mais ninguém. Pai, obrigada por ser meu herói e por não permitir que eu perecesse perante as dificuldades da vida.

Hoje, sem amargo algum na garganta, sem remorso ou sem mágoa eu posso dizer (após tanto melodrama em muitas palavras despejadas em um texto exagerado) que te amo. E sei que posso contar sempre com você. E agradeça a Laurinha por ter me dado o pequeno-grande empurrãozinho que eu precisava para acordar.

Com amor e muito mais confortável após desabafar,

Sua filha, Aline.


(Ok, e agora cadê a coragem para mandar isso para meu pai? Vamos lá, saia desse corpo que não te pertence, orgulho idiota!)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Happy New Year!

Ano novo, vida nova.

Não tenho muito o que postar agora (na verdade eu tenho sim, mas estou morrendo de cansaço, sono e preguiça).

Amanhã eu volto com novidades e novas coisinhas bobas

:*